Relatos de um fantasma de 1960
“Os hospitais e
clinicas psiquiátricas diferente do que passam, não trabalham para
reabilitar os pacientes para voltar a sociedade, era pra ser assim
desde quando foram criadas. Os pacientes são apenas deixados,
esquecidos pelos familiares, largados para passar o resto de suas
vidas apenas com cuidados básicos, pobres almas a morte não sente
prazer em tirar a vida dessas pobres criaturas a morte sente que
livrando suas almas do desespero esta fazendo uma especie de caridade
a essas almas atormentadas pelo medo e por suas próprias mentes.”
Eu me chamo Valquíria
e não sei oque faço aqui. Passo todo o tempo olhando a parede suja
do sanatório tentando ignorar tudo ao meu redor . Não entendo o
porque de adultos estarem nus ou o motivo que minha mãe teve pra
me por aqui _ Por que Mamãe?_ eu me perguntava _ oque fiz_ voltava
a me perguntar. Os enfermeiros achavam que eu era apenas mais uma
louca, uma enferma, uma doente, um ninguém.
Mamãe quando vai vim
me buscar?
Tudo começou quando a
vadia da minha prima Ana disse a minha mãe que eu tinha problemas,
o fato de não “querer” falar, me socializar, conviver não é
um problema, começaram a me chamar de Autista por isso.
Oque é isso? Oque é
Autista?
Eu me perguntava, se
eu tinha ou tenho consciência do mundo ao meu redor. Só quero
ficar quietinha, talvez se eu corresse ou gritasse seria considerada
“normal” ou uma “boa menina”. Será que ser quieta ou calada
é errado? Faz de mim louca? Ou Autista?.
Todos os bossais estão
errados, não sou louca eles é quem são, e qual o problema de ter
um mundo só meu? A Marta do quarto ao lado do meu fala com sua
amiga Suzana, tudo bem que a Suzana esta morta, mas isso faz dela
uma “louca” ou uma “sensitiva”? Enfim só quero minha casa
a mamãe.
Enquanto não encontro
respostas perco meu tempo aqui olhando a parede suja do sanatório
esperando a mamãe voltar e tentando buscar respostas do porquê de
estar aqui.
FIM.